Todos os anos, no último final de semana de julho, Juruti (PA) recebe centenas de visitantes para o Festival das Tribos Munduruku e Muirapinima, o Festribal. O evento reúne as duas agremiações folclóricas em uma competição que exalta as tradições e costumes dos povos originários da Amazônia, celebrando essa cultura ancestral e cheia de significados para os moradores da região.

Com visitantes de todas as partes do Brasil e do mundo, o festival é realizado no Centro Cultural José Priante, conhecido popularmente como Tribódromo, com capacidade para quase 4 mil pessoas nas arquibancadas e camarotes. O duelo, realizado desde 1995, é promovido pela Prefeitura de Juruti, com parceiros estratégicos como Alcoa e Equatorial Energia.

É imperdível e abaixo estão cinco motivos para você participar e vivenciar essa experiência cultural fascinante:

1 – Diversidade Cultural

O Festribal é uma excelente oportunidade para mergulhar na rica diversidade cultural da Amazônia e conhecer as tribos Munduruku e Muirapinima que a cada ano apresentam um enredo através de um espetáculo com música, dança e alegorias gigantes.

As lendas apresentadas compõe esse imaginário popular, permitindo que os visitantes conheçam e apreciem a autenticidade amazônica e suas culturas ancestrais. É uma verdadeira imersão nas tradições indígenas, com elementos teatrais, ritmado por músicas que fazem tremer o chão (literalmente em alguns momentos!).

2 – Competição Folclórica

O coração do Festribal é a competição entre as tribos participantes. De um lado das arquibancadas tudo vermelho e azul (Munduruku), do outro tudo vermelho e amarelo (Muirapinima). Enquanto uma tribo se apresenta a torcida da outra fica em silêncio, acompanhando e esperando o momento certo para fazer o seu show. O público é parte integrante do espetáculo, com coreografia, bandeiras gigantes e luzes. A torcida é um dos itens de avaliação!

Tribo coreografada Munduruku (Foto: Frank Wallace/Prefeitura de Juruti)

São centenas de fazedores e fazedoras de cultura envolvidos nas apresentações. De soldadores que criam as estrutura metálicas que se transformam em alegorias articuladas aos dançarinos que sincronizados produzem ilusões óticas nas coreografias. Cada tribo, por exemplo, tem a sua Porta Estandarte que carrega o brasão das agremiações!

É um show, com elementos teatrais e danças envolventes que proporcionam aos espectadores uma experiência única e emocionante, onde eles podem escolher, apoiar e torcer pelas suas tribos favoritas.

3 – Respeito e Consciência Indígena

O Festribal é mais do que apenas entretenimento, é uma oportunidade de aprender mais sobre a história, os desafios e as lutas enfrentadas pelas comunidades indígenas. O festival incentiva o respeito e a valorização desses povos ancestrais, bem como a conservação de suas tradições e modos de vida.

Manifesto Indígena da Tribo Muirapinima (Foto: Frank Wallace/Prefeitura de Juruti)

As tribos trazem para o Tribódromo temas atuais e debates necessários, como o garimpo ilegal e os constantes ataques aos povos indígenas da região. Através da visibilidade do evento, essas questões ganham ainda mais destaque nos veículos de comunicação, contribuindo para a propagação das pautas culturais e sociais que são essenciais nesse processo de conscientização popular. O Festribal se torna não apenas uma celebração cultural, mas também uma plataforma para amplificar as vozes e reivindicações dessas comunidades, promovendo um diálogo mais amplo sobre a importância de proteger e valorizar a nossa diversidade e o patrimônio cultural.

4 – Interação com a comunidade

O Festribal também é uma oportunidade para interagir diretamente com os componentes das agremiações Munduruku e Muirapinima. Sabe aquele diálogo para compreender como esse evento ganhou toda essa proporção? Então, os moradores mais velhos de Juruti, sentadinhos na calçadas no final de tarde, podem ser uma excelente fonte para você conhecer de perto histórias, tradições, artesanato, gastronomia, etc.

Praça da República (Foto: Frank Wallace/Prefeitura de Juruti)

Um lugar ideal para isso é a Praça da República no centro da cidade, tomando um bom Tacacá ou experimentando alguma guloseima regional. Ou o Bar e Mercearia Wilson Alves, localizado no na Avenida Marechal Rondon, onde é possível experimentar o Leite de Onça, bebida típica, produzida a partir leite de vaca com cachaça, vodka ou álcool com cereais.

Essa proximidade com a comunidade oferece uma experiência enriquecedora e transformadora, conectando quem visita com uma realidade cultural diferente e significativa.

5 – Beleza Natural da Amazônia

O município Juruti está localizado em uma região central da Amazônia, cercada por rios, florestas e uma rica biodiversidade. Além do festival, os visitantes têm a oportunidade de explorar as belezas naturais da região, fazer passeios de barco pelos rios, trilhas na floresta, mergulhar em igarapés e conhecer um ecossistema que sem dúvida, é único.

Comunidade de São Francisco do Aruã (Foto: Frank Wallace/Prefeitura de Juruti)

Dica do FB: Como a programação é essencialmente noturna, vocês têm o dia todo para passear e turistar!

O Festribal é essa celebração autêntica que proporciona aos visitantes uma imersão cultural incomparável e a chance de apoiar e valorizar as tradições dos nossos povos indígenas. Além disso, é uma oportunidade para ficarmos conscientes sobre a importância da conservação da cultura indígena numa experiência verdadeiramente enriquecedora e memorável para quem deseja conhecer a diversidade cultural do Brasil.

Partiu Juruti?!

Como Chegar?

A melhor maneira de chegar ao município de Juruti é por via fluvial. De onde você está partindo? Se estiver numa cidade próxima, verifique se há embarcações que fazem a rota. Em média as passagens custam R$ 80, se você estiver no Oeste do Pará. Nos ferryboats que partem do porto de Santarém, por exemplo, é possível levar veículos como motos e carros.

Se você estiver em uma cidade distante ou pretende chegar por via aérea, o aeroporto mais próximo é o Aeroporto de Santarém Maestro Wilson Fonseca. Após desembarcar, você pode optar por pegar um táxi, carro de aplicativo ou um transporte público até o porto e comprar passagens em lancha ou barco.

YJara Viagens

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Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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