A capital do Pará é sem dúvida uma das cidades mais bonitas do Brasil. Sou suspeito, né?! Mas Belém guarda lugares que encantam os visitantes e que rendem um roteiro super especial de viagem.

A cidade foi fundada em 1616 após a instalação do Forte do Presépio na margem da Baía do Guajará. A localização estratégica ajudou o desenvolvimento e durante o período de extração da borracha a economia foi pujante. É uma época conhecida como Belle Époque e a influência pode ser notada até os dias de hoje na arquitetura dos prédios históricos de Belém.

É um destino com tranquilidade para se contemplar o pôr do sol, mas ao mesmo tempo frenético, com muitas luzes e o som das aparelhagens que fazem da capital paraense uma excelente mistura, boa de conhecer!

Forte do Presépio

A primeira construção de Belém é o Forte do Presépio. O nome é tão imponente quanto à arquitetura: Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém. Neste lugar, cenário de batalhas da época da colonização, você encontrará uma diversidade de atrativos, como o “Sítio Histórico da Fundação de Belém”, composto pela própria edificação com os vestígios arquitetônicos e artilharia militar (vale muito a pena uma foto com os canhões do pátio). A exposição permanente “Museu do Encontro” destaca o processo de colonização portuguesa na Amazônia com três momentos: pré-contato, contato e resultado do contato. O acervo possui artefatos líticos e cerâmicos pré-históricos, além de material encontrado em escavações ao redor do forte, bem como artefatos e iconografias de grupos indígenas contemporâneos.

Forte do Presépio, um dos cartões postais de Belém (Foto: Cláudio Santos/Agência Pará)

Entrada: Taxa de visitação R$ 4,00, com meia-entrada para estudante, gratuidade para idosos e crianças até 7 anos,  pessoas com deficiência e acompanhantes, não pagam. Às terças-feiras a visitação é gratuita a todos!

Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h.

Contatos: (91) 4009-8678

Endereço: Frei Caetano Brandão, s/n – Cidade Velha

Mercado Ver-o-peso

Do Forte do Presépio é possível avistar o Mercado Ver-o-peso. E não existe visita à Belém sem passar por aqui. É o grande cartão postal da cidade!

O mercado é antigo, tem quase 400 anos. É uma mistura de cores e sabores da região amazônica. Experimente as frutas regionais, como o açaí e cupuaçu. Vale a pena ainda provar os quitutes que são vendidos por lá! Uma imersão no paladar típico do norte do país!

Ver-o-peso visto do alto, um cenário típico da capital paraense (Foto: Cristino Martins/Agência Pará)

Se você for supersticioso, também estará no lugar certo. Existe uma área no mercado com vendedores de ervas, banhos e infusões. São conhecimentos tradicionais passados de geração em geração que segundo a crença popular, podem atrair saúde, alegria, sorte, dinheiro e amor. Que tal experimentar?!

Entrada: Gratuita

Horário de visitação: Aberto 24h

Endereço: Av. Boulevard Castilhos França, s/n – Comércio

Estação das Docas

Saindo do Ver-o-peso, a dica é caminhar (cerca de 5 minutos) pelo Boulevard Castilhos França até um dos atrativos turísticos mais bonitos de Belém, a Estação das Docas. Os antigos galpões da Companhia Docas do Pará foram revitalizados nos anos 2000, transformando o antigo porto em um espaço com lojas, bares e restaurantes.

Estação das Docas (Foto: Agência Pará)

Aproveite a paisagem, a brisa do rio e experimente a gastronomia paraense!

Ah, existem passeios fluviais regulares saindo da Estação das Docas! Aproveite a cidade, olhando de um ângulo diferente!

Dica do FB: Impossível passar pela Estação das Docas e não experimentar uma das delícias da Sorveteria Cairu e a cerveja artesanal, com ingredientes regionais, Amazon Beer!

Entrada: Gratuita

Contatos: (91) 3212-5525

Horário de visitação: Fecha às 00h

Endereço: Av. Boulevard Castilhos França, s/n – Campina

Ilha do Combú

Por falar em passeio, visitar a Ilha do Combú é obrigatório, são 15 minutos de barco da capital! O lugar é conhecido pela produção de açaí e cacau. No trajeto você observa como vivem os ribeirinhos e percebe que navegar faz parte do cotidiano das pessoas da região.

Casas de palafita na Ilha do Combú (Foto: Márcio Ferreira/ Agência Pará)

Na ilha moram cerca de 200 famílias. Por ter fácil acesso a Belém, os moradores conseguem ir e voltar da cidade tranquilamente, assim como os turistas que cada vez mais estão se familiarizando com este pedacinho de paraíso. Mas o que chama atenção por aqui é o famoso chocolate da Dona Nena, conhecida como a “Filha do Combú”. Ela iniciou em 2006, um trabalho de resgate cultural em uma área de proteção ambiental e sustentável, melhorando as condições de produção do cacau. O chocolate artesanal é disputado, tanto que o premiado chef Tiago Castanho, se tornou parceiro e serve os produtos daqui nos seus restaurantes!

Na ilha existem diversos restaurantes. O mais conhecido é o “Saldosa Maloca”, com 30 anos de tradição. Experimente os peixes, frutos do mar e claro, o caranguejo toc-toc (bom demais!).

Uma atração para quem gosta de fotos, são as cores e grafites que podem ser encontrados nas fachadas das casas ribeirinhas. A arte urbana se reinventa nos furos dos igarapés!

Como chegar? Os barcos saem de um porto na Praça Princesa Isabel, na Avenida Bernardo Sayão com a Avenida Alcindo Cacela, no bairro da Condor. Eles partem a partir das 9h, diariamente. A travessia dura em média de 10 a 15 minutos e custa de R$ 7 a R$10 por pessoa. No local, há lanchas e barcos a motor. Para fazer um passeio de 1 hora no local para conhecer a região, são cobrados, geralmente, R$ 30 por pessoa. O valor pode ser negociado quando são mais de 4 passageiros.

Museu de Arte Sacra

Retornando para a cidade, a dica é visitar o Museu de Arte Sacra, localizado no antigo Palácio Episcopal e integrado a Igreja de Santo Alexandre. Esta belíssima edificação católica teve a obra iniciada por volta de 1698 pelos padres jesuítas, usando mão de obra indígena. Foi inaugurada em 21 de março de 1719 e originalmente era Igreja de São Francisco Xavier.

Igreja de Santo Alexandre e Museu de Arte Sacra de Belém (Foto: Agência Pará)

O acervo do museu é composto por imagens sacras dos séculos XVIII e XIX, objetos litúrgicos, além de telas. Na sala inicial, juntamente com a exposição da Pietá, consta um breve histórico das Ordens Religiosas presentes em Belém. Nos demais ambientes destacam-se a tela Santa Ceia, óleo sobre madeira, provavelmente do final do século XVIII. A imagem de Santa Quitéria (sala à direita) e ainda diversas representações de Cristo. A grande coleção de imagens sacras ainda permite leituras iconográficas de santos como São José de Botas e Nossa Senhora do Leite (sala à esquerda). Ao final do corredor, integrando o acervo de objetos sacros do MAS, estão expostos um oratório, lanternas e crucifixos. A sala da prataria, com peças de predominância portuguesa, destaca-se sob a luz tênue, pensada para destacar os detalhes das peças, de acordo com a proposta museógrafa.

Entrada: Gratuita

Contatos: (91) 4009-8664

Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h.

Endereço: Praça Feira Caetano Brandão, s/n. Cidade Velha

Mangal das Garças

O Parque Naturalístico Mangal das Garças é um oásis no meio da metrópole que é Belém. É um recanto de natureza amazônica com uma área de 40.000 metros quadrados às margens do Rio Guamá e bem próximo do centro histórico da capital.

Vista aérea do Mangal das Garças (Foto: Cristino Martins / Agência Pará)

O projeto é resultado de uma revitalização de um terreno antes completamente alagado (uma espécie de pântano!). Os trabalhos foram cuidadosos e o resultado é que existe aqui uma representação do estado: com matas de terra firme, matas de várzea, lagos, aves (flamingos, gaviões e claro, as garças), vegetação típica e uma fauna surpreendente. E claro, não podem faltar restaurantes e um mirante para apreciar a vista do rio!

Dica do FB: A melhor vista fica no Farol de Belém! Uma torre com estrutura de metal de 47 metros de altura, com dois níveis de observação: o primeiro a 15 metros e o segundo a 27 metros!

Entrada: R$ 15

Contatos: (91) 3242-5052

Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 18h.

Endereço: Passagem Carneiro da Rocha s/n

www.mangalpa.com.br

Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré

Belém também é conhecida pela maior manifestação e fé católica do Brasil, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (sempre no segundo domingo de outubro!). E o símbolo desta devoção encontra-se na Basílica Santuário, no bairro de Nazaré.

Basílica Santuário de Nazaré (Foto: Agência Pará)

Foi neste local, segundo contam os historiadores, que o caboclo Plácido encontrou a pequena imagem da santa em um igarapé no ano de 1700. O tempo passou e a crença na padroeira dos paraenses cresceu. Tanto que a igreja começou a ser erguida em 1909 e hoje é uma das mais bonitas edificações católicas do país. A arquitetura em forte influencia neoclássica, com ricos detalhes em mármore carrara e madeiras nobres. É impressionante eu diria!

Entrada: Gratuita

Contatos: (91) 4009-8400/ 4009-8440/ 4009-8407

Horário de visitação: Sempre aberta

Endereço: Viela Nazaré, 1300 – Nazaré

Theatro da Paz

O Theatro da Paz é uma preciosidade arquitetônica de Belém. É tão bonito e suntuoso que com certeza, impressiona quem visita a cidade pela primeira vez. Foi inspirado no Teatro Scala, a ópera de Milão, na Itália. A construção iniciou em 1868, em estilo neoclássico. É resultado do crescimento econômico que a Amazônia vivia no Ciclo da Borracha.

Arquitetura neoclássica do Theatro da Paz (Foto: Agência Pará)

“Foi a primeira casa de espetáculos construída na Amazônia e tem características grandiosas: 1.100 lugares, acústica perfeita, lustres de cristal, piso em mosaico de madeiras nobres, afrescos nas paredes e teto, dezenas de obras de arte, gradis e outros elementos decorativos revestidos com folhas de ouro”, descreve o site oficial do Theatro da Paz.

A edificação é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Por aqui é possível fazer uma visita guiada, passando pelo palco e camarotes. Se tiver oportunidade e tempo, faça! A visita acontece de hora em hora! E se tiver algum espetáculo em cartaz, assista!

Dica do FB: Se o passeio for em um domingo, não deixe de visitar a Feirinha da Praça da República, bem na frente do Theatro da Paz!

Entrada: R$ 6,00 com meia-entrada para estudantes

Contatos: (91) 4009-8750/ 4009-8754/8752

Horário de visitação: terça a sexta-feira, das 9h às 18h

Endereço: Rua da Paz, s/nº (Praça da República), Campina

www.theatrodapaz.com.br

Museu Paraense Emílio Goeldi

Criado em 1866, o Museu Paraense Emílio Goeldi é um centro de referencia de pesquisa e biodiversidade. Na área existe um parque zoobotânico lindo, com muitas espécies nativas e uma paisagem única. É um quarteirão inteiro!

Emílio Goeldi é o segundo maior museu de história natural do Brasil (Foto: Divulgação MEG)

O museu é uma instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia com estudos no seguimento da cultura, natureza e sociedades da Amazônia. Um centro de referência de pesquisa e biodiversidade!

Entrada: Gratuita

Contatos: (91) 3182-3200

Horário de visitação: terça a domingo, das 9h às 17h

Endereço: Av. Gov Magalhães Barata, 376 – São Brás

www.museu-goeldi.br

Parque do Utinga

Meu lugar favorito em Belém! O Parque Estadual do Utinga é daqueles lugares incríveis que você precisa conhecer. Só para vocês terem ideia do tamanho da área, equivale a 1.400 campos de futebol! E está localizado no meio de Belém!

O mais importante espaço de conservação e estudo da biodiversidade dentro da Região Metropolitana de Belém (Foto: Agência Pará)

O parque é ideal para caminhadas, andar de bicicleta (ainda não fiz isto!) e para aprendermos um pouco mais sobre importância de cuidar do meio ambiente, já que é uma Unidade de Conservação Estadual.

Para quem gosta de ecoturismo, existem oito trilhas! Vale muito a pena se aventurar!

Entrada: Gratuita

Contatos: (91) 3184-3613

Horário de visitação: segunda, quarta, quinta e sexta-feira, das 6h às 17h. Sábado e Domingo, das 6h às 17h

Endereço: Av. João Paulo II, S/N

http://ideflorbio.pa.gov.br/unidades-de-conservacao/regiao-administrativa-de-belem/parque-estadual-do-utinga/

 

Gostou das dicas?! Depois me conte como foi visitar a capital do Pará!

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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