Quem passa pela Avenida Mendonça Furtado, na confluência com a Avenida Rui Barbosa e Travessa José Agostinho, no bairro Prainha, em Santarém (PA), encontra a popular Praça “Três Patetas”. O lugar por gerações é point da juventude paraense e mesmo assim poucos sabem o real nome do logradouro público.

Antiga Praça 31 de Março com as estátuas originais que representam o Exército, Marinha e a Aeronáutica. Obra do artista Laurimar Leal, em conjunto com Renato Sussuarana (Foto: Edenmar da Costa Machado)

A praça atualmente é denominada Elias Ribeiro Pinto (Lei Municipal Nº 17.783, de 31 de outubro de 2003), em homenagem ao Prefeito afastado do cargo em 1968 pelos militares. De acordo com o historiador Padre Sidney Canto, a praça, a princípio chamada de “31 de março” foi inaugurada no dia 24 de outubro de 1969, na Intervenção Federal do capitão Elmano de Moura Melo, por ocasião do aniversário da elevação de Santarém à categoria de cidade, com um projeto arquitetônico de Renato Sussuarana:

Possuía três estátuas que homenageavam o Regime Militar, com três homens caracterizando o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Curiosamente, o povo apelidava ora como a praça dos “Três Poderes”, ora como a praça “Três Patetas”.

Aspecto atual da Praça Elias Ribeiro Pinto (Foto: Fábio Barbosa)

Em 2011, o jornal O Estado de São Paulo publicou a história curiosa em pleno frenesi do plebiscito pela criação do Estado do Tapajós. A reportagem de Daniel Bramatti chama atenção para o curioso trocadilho feito com o nome da praça que embora remeta aos nada divertidos anos de chumbo da ditadura militar, faz referência a hilariantes personagens da antiga teledramaturgia – Moe, Larry e Curly, mais conhecidos como “Os Três Patetas”, grupo cômico norte-americano.

Obviamente os militares não gostaram do trocadilho e a obra de arte, assinada pelo artista plástico Laurimar Leal, em conjunto com Renato Sussuarana, foi retirada da praça (não se sabe o destino da estátua), restando hoje apenas o pedestal que a sustentava que ainda resiste à ação do tempo.

No Google Maps, não há dúvida, é praça “Três Patetas”.  E para a população também, reforçando aquela máxima: quanto mais o apelidado se incomoda com a alcunha, mais esta fica fixada no imaginário e se perpetua.

 

Com informação do Blog do Padre Sidney Canto e Congresso em Foco

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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