Conhecer os atrativos turísticos da cidade onde moramos é fundamental. Seja para recebermos amigos ou simplesmente nos integrarmos ao turismo local. Mas também serve para preservarmos, principalmente quando o lugar faz parte de uma paisagem natural. Neste dia 29 de abril de 2018, experimentamos a primeira edição dos “Caminhos da Floresta”, idealizado por mim, em parceria com o jornalista Reginaldo Balieiro, do Blog Vou Turistando. Convocamos a galera pelas redes sociais e ficamos surpresos com a receptividade. Mais de 120 pessoas estiveram conosco em Alter do Chão para percorrer a trilha da Serra Piraoca.

Para incentivar ainda mais os participantes contamos com o apoio do Educador Físico Rafael Bruno e do fotógrafo Felipe Borges, que nos auxiliaram brilhantemente nesta ação. Para monitorar o grupo durante a trilha distribuímos pulseiras de identificação e apitos. E em uma parceria com a Bioativa Farmácia de Manipulação, presenteamos 30 aventureiros com protetores solares. Afinal, o sol na região amazônica é forte!

A Praça Sete de Setembro, na vila balneária, foi nosso ponto de encontro e de lá partimos em catraias (canoas) e lanchas até o início da trilha. Organizamos o grupo em duas fileiras e seguimos pelo caminho que para muitos ainda era desconhecido. Fotos, selfies e muitos vídeos registraram tudo! A empolgação foi grande por quase 2 km, mas ao chegar ao pé da serra a turma seguiu pela parte mais íngreme do caminho, com cuidado, pois o solo possui muitas pedras soltas. Alguns pararam, aproveitaram para descansar, ganhar fôlego e seguir. E após 43 minutos, chegamos!

No alto da Serra Piroca vivemos uma grande confraternização. O que mais me chamou atenção, particularmente, foi o entusiasmo dos participantes que  concluíram a trilha e ficaram felizes em conhecer este lugar. Dona Dionísia da Rocha, de 83 anos, subiu tranquilamente por exemplo. Crianças, jovens, adultos, corredores dos grupos da cidade, todos escolheram o melhor ângulo para registrar a conquista!

Aos 83 anos dona Dionísia encarou a trilha de quase 2 km até a serra (Foto: Felipe Borges)

Lá em cima também realizamos um sorteio super especial de um brinde da loja Salvador Sports, nossa patrocinadora e incentivadora. E reunimos a galera para falar um pouquinho de história e da importância da preservação deste atrativo turístico natural de Santarém.

A Serra Piraoca tem uma vista privilegiada da Ilha do Amor, da vila de Alter do Chão, do Lago Verde e da Ponta do Cururú. É uma paisagem que realmente encanta e que bom que este paraíso esta no nosso quintal hein?!

Todo o lixo produzido e encontrado na trilha foi retirado e depositado em lixeiras na vila. Muito mais que conhecer, preservar é nossa missão sempre!

Serra Piroca ou Piraoca?!

Uma das maiores dúvidas dos visitantes da Serra de Alter do Chão é sobre o nome do lugar. Nas placas de identificação, colocadas pelos moradores está escrito “Piróca” e isto tem lógica segundo os estudos e pesquisas do Padre Sidney Canto.  Uma outra explicação, partindo da linguagem indígena e da junção de duas palavras Pira = peixe e Oca = casa, considerando que a serra que destoava da paisagem nas terras dos índios Borari pode ser Piraoca = Casa de Peixe ou Casa de Índio.

Serra Piraoca vista da orla de Alter do Chão (Foto: Felipe Borges)

Comenta-se que há séculos era possível ouvir barulhos naquela região, possivelmente deslizamentos de terras, que para os nativos eram considerados sinais divinos ou assombrações. Por muitos anos também se especulou se a serra teria ouro ou diamante, mas até hoje nenhuma dessas teorias foi comprovada.

O crucifixo metálico que se encontra no alto da serra é um dos muitos que já estiveram lá. O símbolo foi instalado nos primeiros anos do século XVIII  por Padres Jesuítas e era confeccionado de madeira. O objetivo foi marcar a presença da Igreja Católica na região.

Super obrigado galera! Que venha o próximo “Caminhos da Floresta”!

 

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

Você também pode gostar: