Morei muitos anos no bairro da Floresta, em Santarém (PA) e da nossa casa sempre contemplava a Serra do Saubal. O lugar é conhecido pelos moradores da grande área da Nova República, mas ainda pouco popular entre os santarenos e visitantes. Para muitos a “Serra da Embratel”, como também é conhecida, só serve para abrigar as torres de operadoras de telefonia, rádio e TV. Mas você ficará surpreso ao descobrir que por lá a natureza é predominante e a vista mostra um ângulo novo da cidade.

A Serra do Saubal é Área de Proteção Ambiental (APA) e os desafios para proteger este pedacinho de Amazônia são grandes. Mas não impossíveis! Portanto, visitar é uma boa maneira de se integrar a este patrimônio natural do Pará. E foi isto que fizemos! Ao lado dos parceiros de pedal Safira, Myrtle, Barconi, Daniel e seu Antônio encaramos o desafio de pedalar até lá.

Santarém tem um outro ângulo lá de cima! (Foto: João Barconi)

Nosso ponto de encontro foi o Parque da Cidade, na Avenida Sérgio Henn. Seguimos por esta via pela ciclofaixa que vai até o início do bairro Nova República. De lá, por acreditar que esta rua estava com poucas condições de trafegabilidade, subimos pela Rua A. Mas encaramos muitos buracos e pedregulhos. Uma aventura urbana onde só uma bicicleta consegue realmente passar (alô, autoridades, vamos melhorar as ruas?!).

Pegamos novamente a Sérgio Henn que nesta altura já é uma rua de terra e iniciamos a subida ao entrar no caminho que antigamente era usado apenas para a manutenção das torres. A pequena estrada que nos leva ao topo da serra tem asfalto, porém, bastante desgastado e sem manutenção. Mas o que vale é a aventura! Encontramos por lá vários moradores dos bairros vizinhos também subindo, praticando atividade física no final da tarde.

Por estar um tanto destreinado e ter trocado a marcha errada, parei um pouco para empurrar a bike e ganhar fôlego. Pedalei novamente e chegamos ao destino que com certeza foi surpreendente. Uma grande área descampada abre uma janela para a cidade que mostra até o encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós. Conseguimos ver o quanto Santarém cresceu e que todo o caminho percorrido valeu muito a pena! Tiramos muitas fotos, gravamos vídeos e bebemos água para hidratar! A vontade era de ficar lá até…

Os aventureiros: Barconi, eu, Myrtle, seu Antônio, Safira e Daniel (Foto: João Barconi)

Na hora de retornar, descemos a serra e seguimos à esquerda, contornando a APA pelo Ramal Saubal e dobrando à esquerda novamente no Ramal Mutunuí. Neste outro trecho, encontramos uma estradinha praticamente deserta, cercada por uma densa floresta e algumas pequenas propriedades que parecem rurais, mas já estão dentro da cidade praticamente. Saímos na PA-370 (Santarém-Curuá-Una) e retornamos por ela voltando para as nossas casas.

Foi incrível! E segundo o aplicativo Strava no total pedalamos 21 km. Bom hein?! Uma aventura com sabor de quero mais, em um caminho que todos podem percorrer tranquilamente! Ficou com vontade né?!

Dica do FB: Você pode visitar a Serra do Saubal de carro, moto, bicicleta ou caminhando, a partir da Nova República (existem linhas de ônibus regulares saindo do centro da cidade para o bairro). Não se esqueça de usar protetor solar e prefira fazer o passeio durante o dia, pois a noite não existe iluminação. Se for de bike, use os equipamentos de proteção e as luzes dianteira e traseira para o percurso ao entardecer.

 

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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