O encontro dos Rios Amazonas e Tapajós, na frente de Santarém (PA), é um espetáculo. Esse fenômeno natural pode ser visto a partir da orla da cidade, da Praça do Forte, em um passeio de lancha ou barco, saindo do Terminal Fluvial Turístico (TFT). É um atrativo turístico imperdível. Mas você sabe por que isso acontece? E afinal, por que as águas não se misturam?

Pescadores no encontro das águas dos Rios Tapajós e Amazonas (Foto: Sidney Oliveira/ Agência Pará)

O Rio Tapajós (Rio de Água Clara, tecnicamente) tem águas escuras, dependendo do dia, tem coloração azul ou esverdeada. Isto acontece por causa da grande quantidade de ácidos orgânicos resultantes da decomposição da vegetação em suas margens. Já o Rio Amazonas (Rio de Água Branca, tecnicamente), tem cor barrenta, por causa do grande número de sedimentos que carrega de sua nascente na Cordilheira dos Andes, no Peru. Portanto, essa diferença de composição, taxa de acidez, a temperatura de fluxo dos rios, velocidade e a densidade evitam que os dois rios tenham suas águas misturadas, formando um contraste nítido e bonito de se ver.

Em setembro de 2014, o Governo do Pará reconheceu, através da Lei 8.062, o Encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós, em Santarém, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará.

O encontro das águas visto da Praça do Forte (Foto: Sidney Oliveira/ Agência Pará)

Rios da Amazônia

Segundo o cientista Harad Sioli, em 1953, com base no linguajar amazônico, os rios da região podem ser classificados em três tipos:

Rios de Águas Brancas: São jovens, estando ainda numa fase de definição de seu leito, com ativo processo de erosão, transportando uma elevada carga de material em suspensão, posto que drenam terrenos recentes.

Rios de Águas Pretas: São velhos, já definidos, apresentando pouca erosão, porém arrastam muito material vegetal da floresta.

Rios de Águas Claras: Também são considerados rios velhos, drenam áreas de solo argiloso que retém material orgânico proveniente da floresta.

 

Terminal Fluvial Turístico

Avenida Tapajós, S/N – Orla de Santarém

 

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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