Hoje, 08 de maio, comemoramos o Dia Nacional do Turismo (Lei 12.625/2012). A data tem uma ligação direta com o seguimento, faz referência ao dia 8 de maio de 1916, quando foi solicitado, pelo Estado do Paraná, que as terras junto às Cataratas do Iguaçu fossem desapropriadas e declaradas de utilidade pública para a criação de um parque. A demanda foi atendida no dia 28 de julho de 1916, com o Decreto Estadual nº 653/1916, criando assim o Parque Nacional do Iguaçu. Um lugar que recebe anualmente mais de 1,5 milhão de visitantes e sem dúvida, é um ícone do turismo nacional e mundial.
No Brasil existem vários outros parques, unidades de conservação e florestas nacionais, com o mesmo potencial turístico e quando falamos em Amazônia, o Polo Tapajós, no Pará, se apresenta como uma alternativa viável, com todos os requisitos necessários para se tornar referência turística brasileira. São 19 municípios, divididos em duas regiões:
- Região de Integração do Baixo Amazonas: Alenquer, Almeirim, Belterra, Terra Santa, Oriximiná, Óbidos, Prainha, Curuá, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Faro, Santarém e Juruti.
- Região de Integração do Tapajós: Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis e Trairão.
Santarém é o portão de entrada, através do Aeroporto Maestro Wilson Fonseca. É também, uma das cidades mais antigas da Amazônia, com uma história rica, formada por vários ciclos econômicos, movimentos políticos e sociais, além de grande contribuição para dezenas de fatos históricos do estado e país. É conhecida popularmente como “Pérola do Tapajós”, o principal entreposto comercial entre as capitais Belém (PA) e Manaus (AM). Essa localização geográfica facilita o deslocamento para toda a região, através de estradas e rios.
Um rápido passeio pelo centro de Santarém revela um patrimônio arquitetônico ainda conservado que remota os tempos da colonização portuguesa. São casarões, igrejas e museus que se tornam um passeio interessante para quem gosta desse ponto de vista cultural. Do outro lado do Rio Amazonas, a cidade de Óbidos, preserva quase intactas, outra centenas de construções antigas, com o diferencial geográfico das ladeiras e escadarias, típicas do município “mais português” da Amazônia. A visita à cidade vizinha é obrigatória, em especial na época do carnaval, onde o Carnapauxis traduz em festa a essência da cultura popular obidense.
Há quem pense que a história da Amazônia se conta após a chegada dos portugueses, mas em Monte Alegre, essa teoria cai por água abaixo. No município, as pinturas rupestres datam de 12 mil anos atrás, um sítio arqueológico denominado Parque Estadual Monte Alegre (Pema), que possui uma área aproximada de 20.400 km2. Um atrativo turístico com valor científico sem precedentes!
Em Oriximiná, as belezas naturais estão por todos os lados. Em agosto, acontece o maior círio fluvial noturno do mundo, nas festividades do padroeiro da cidade, Santo Antônio. O município ainda guarda as histórias dos negros que fugiram da escravidão e formaram inúmeros quilombos no alto Rio Trombetas. Essa região possui as primeiras terras quilombolas tituladas do Brasil.
A presença de etnias indígenas é determinante no Polo Tapajós: São duas terras indígenas localizadas no município de Oriximiná: o Parque Indígena Mapuera (na divisa com o Estado do Amazonas, entre os rios Mapuera e Nhamundá) e a Reserva Florestal e Parque Indígena de Tumucumaque (na fronteira com o Suriname e o Amapá), além de grupos remanescentes, como os Arapiuns e os Borari.
Em Belterra, o que impressiona é o conjunto arquitetônico construído pela Ford Motor Company, em 1934. A vila, com casas típicas das cidades norte-americanas (com hidrante e tudo!) é cercada por plantações de seringueiras. Em uma época onde a produção de látex era praticamente monopolizada por Henry Ford, essa região recebeu duas tentativas frustradas de produção em grande escala. E isso é único! No município há ainda a Floresta Nacional do Tapajós (Flona), uma unidade de conservação, com grande valor natural e também cientifico, afinal existem centenas de pesquisas com os produtos extraídos da floresta, alguns que podem curar doenças. Por falar em conservação, ainda existe a Reserva Extrativista Arapiuns-Tapajós, as Áreas de Proteção Ambiental de Alter do Chão e Aramanaí, o Parque Nacional da Amazônia e o Lago do Maicá.
E se o tema é atrativo natural, que tal o encontro das águas límpidas do rio Tapajós com as águas barrentas do rio Amazonas em frente à cidade de Santarém? Ou nossas inúmeras praias que se formam, contornando os rios durante o verão amazônico? A as belezas e encantos da paradisíaca Alter do Chão?
Existe uma demanda enorme para essa região e encontramos muitas outras belezas naturais e atrativos que não consigo elencar nesta postagem. A cultura é rica, com artesanato, festas populares únicas, comidas típicas e todo um modo de vida que só a Amazônia permite experimentar. Os passeios podem ser caminhadas, em barcos e lanchas, a remo… Como você desejar! É turismo de experiência, onde o visitante não é só um espectador e passa a ser o protagonista. Aqui, você interage com os costumes da região, através da gastronomia, cultura, compras e visitas. O roteiro pode até te levar em pontos turísticos, mas a vivência é o que trará a verdadeira identidade local. Portanto, todos somos agentes dessa transformação e valorização do turismo no Polo Tapajós!
Com informações do Ideflor-Bio, Governo do Estado do Pará e Ministério do Turismo