Você lembra do filme Avatar? Na obra do diretor James Cameron a Árvore da Vida interliga o passado e futuro, vida e morte. Uma referência à imponência e simbolismo da gigantesca árvore que pode ter sido inspirada na paisagem da Amazônia ou mesmo da Nova Zelândia, como sugerem teorias da internet. E se pensarmos bem, visualmente existem semelhanças com a nossa Samaúma (Ceiba pentandra), como as raízes e o tronco alongado, que são reproduzidos no incrível e fictício Mundo de Pandora.

E existem muitas narrativas em torno da Samaúma, entre elas, o fato de ser considerada sagrada pela civilização Maia, a “mãe da floresta” ou a “escada para o céu” como bem destacou o programa “Um Pé de Quê?”, apresentado por Regina Casé (assista o vídeo).

Mas vamos lá? Temos várias samaúmas na região do Tapajós, algumas bem famosas como a Vovózona, na comunidade de Maguari e a de Jamaraquá, ambas na Floresta Nacional do Tapajós (Flona). E ainda hoje, muito tempo depois de Os Maias, ainda são consideradas sagradas, principalmente pelas populações tradicionais que a protegem.

Para a antiga civilização maia, a terra era plana e o universo era um cubo, um quadrado cósmico. Sua estrutura era sustentada por uma árvore imensa: Yaxche, a árvore da vida. Os maias acreditavam que essa árvore unia todas as instâncias do universo. Suas raízes atingiam o mundo inferior, o mundo dos mortos. O tronco repousava no mundo do meio, a Terra. Os galhos sustentavam o mundo superior, o céu, onde viviam os deuses. A civilização maia dominou a América Central por quase três mil anos e desapareceu de repente. Ninguém sabe muito bem como, nem porquê. (site Viver o Verde).

Dica do FB: Antes de visitar a Floresta Nacional do Tapajós, leia essas dicas aqui!

Samaúma ‘Vovózona’ na comunidade de Maguari (Foto: Felipe Borges)

A altura de uma Samaúma ou Yaxche varia entre 60 a 70 metros, mas podem chegar aos 90 metros. A “mãe das árvores” tem um tronco enorme, com raízes robustas e tabulares, características que a destacam na floresta. A madeira é macia e produz frutos que são utilizados na produção de estofados e no enchimento de almofadas e travesseiros. Por conta da fibra presente nas sementes, o material se tornou uma alternativa ao algodão e característica comercial da planta.

As largas raízes tem a capacidade de retirar água das profundezas do solo para abastecer não apenas a si mesma, mas também para irrigar outras espécies ao redor.

Nativa de regiões da América Central, do norte da América do Sul e da África Ocidental, a samaúma também apresenta propriedades medicinais. Além de o chá da casca funcionar como diurético, diferentes partes da Ceiba pentandra (nome científico da espécie) podem ser utilizadas no tratamento de doenças como bronquite, artrite e conjuntivites (site hypeness).

Projeto Caminhos da Floresta visita a Vovózona (Foto: Felipe Borges)

Nas trilhas do projeto Caminhos da Floresta já visitamos várias samaúmas, em especial, a Vovózona e posso descrever como um momento de respirar fundo (a caminhada cansa!), ficar em silêncio ouvindo os sons da natureza e claro, observar todo o esplendor que estava na nossa frente. A Samaúma gigante é cheia de detalhes, cercada por um emaranhado de cipós e várias trepadeiras que formam uma obra prima da natureza. Suas raízes saem do solo formando verdadeiras paredes naturais, onde nos tornamos tão pequenos que sequer conseguimos ver a copa da árvore. E os “netos” agradecidos pela sua existência, abraçamos a Vovózona. Precisamos reunir toda a equipe de apoio para completar esta tarefa, 36 pessoas de mãos dadas formaram este círculo humano ao redor da anciã da floresta. Essa é a hora que fico sem palavras para descrever…

Com informações do site hypeness e Viver o Verde.

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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