Após publicar a primeira postagem sobre produções audiovisuais que tiveram como cenário Santarém (PA), vários amigos acrescentaram informações e recordaram outros filmes, documentários e videoclipes que tiveram gravações no oeste do Pará. Importante portanto registrar mais algumas dessas produções, afinal nossas belezas naturais ganham o mundo através disso e não tenho dúvida, acrescentam e muito ao turismo local.
Agradeço, em especial, neste texto as sugestões do cineasta Emano Loureiro e do antropólogo e autor teatral Diego Alano.
1 – The Amazon Awakens – The Walt Disney Studios
Em 1944, uma equipe do The Walt Disney Studios, comandada pelo diretor Bill Roberts, esteve na região gravando imagens dos projetos de Henry Ford na Amazônia: Fordlândia e Belterra. O documentário The Amazon Awakens teve como objetivo fazer propaganda do empreendimento norte-americano em plena Segunda Guerra Mundial.
Nas imagens, ainda aparecem as cidades de Belém (PA) e Manaus (AM), ambas com grande desenvolvimento na época por causa da extração de borracha das seringueiras. Por ironia do destino, em 1945 as terras da concessão de Belterra e Fordlândia foram retomadas pelo governo brasileiro e o projeto de Ford abandonado.
2 – Song Earth – Michael Jackson
Em 1995, Belém e Santarém serviram de base para as gravações das cenas do videoclipe Song Earth, de Michael Jackson. Sete figurantes paraenses participaram da produção, foram escolhidos numa seleção com mais de 100 inscritos.
A Floresta Nacional do Tapajós e a Fazenda Treviso, localizadas em Belterra (PA) serviram de cenário durante quatro dias sob o comando de Nick Brandt, diretor do clipe, com orçamento na época de US$ 2,6 milhões.
A canção trata abertamente dos problemas ambientais causados pelos homens, através da poluição, matança de animais e o mau uso dos recursos naturais. A cena inicial mostra a nossa floresta, seguida de imagens da guerra na Croácia e a caça ilegal de elefantes na Tanzânia.
O rei do pop gravou as suas cenas em estúdio nos Estados Unidos.
3 – Meu tempo Menino
O marcante curta-metragem “Meu Tempo Menino” (2007), do cineasta santareno Emanoel Loureiro, narra à história de um garoto que trabalhava como picolezeiro na orla junto aos barcos que ancoravam na beira do Rio Tapajós, em Santarém.
Quem em tempos de garoto não tomava banho no rio escondido da mãe? Nessa aventura o garoto faz novas amizades com moleques que viviam na beira do rio e os carregadores do cais. O filme é o primeiro da carreira do diretor Emanoel Loureiro, que burlou a falta de recursos técnicos e financeiros, com muito improviso e imaginação.
O curta ganhou o Prêmio Funtelpa “Curta Cultura” de melhor curta de ficção paraense em 2010, além de prêmios no CineFest Belém, Festival do Filme Etnográfico UFAM-Manaus, Festival Imagem & Movimento-Macapá, Cine Amazônia -Porto Velho e outros.
4 – Amazon Apocalypse: Attack Story – River Monsters
O naufrágio do Navio Sobral Santos 2, em 20 de setembro de 1981, foi uma das tragédias marcantes da história da Amazônia. Considerado o maior acidente no Rio Amazonas, com a morte de mais de 300 passageiros próximo ao porto da cidade de Óbidos, é lembrado até os dias hoje pelos sobreviventes e moradores.
Com essa narrativa, o biólogo e apresentador Jeremy Wade, do programa River Monsters, do Discovery Channel, visitou o Pará em 2014 e conversou com dona Alina Colares, uma das passageiras que viveu o drama do “Titanic da Amazônia”. A produção mescla a entrevista da sobrevivente com uma simulação do acidente.
Jeremy Wade gravou várias outras aventuras na região!
5 – Waterschool – Netflix
Disponível no catálogo da Netflix, o documentário Waterschool (2018), da diretora Tiffanie Hsu, fala a respeito de um dos grandes problemas enfrentados pela humanidade: proteger o suprimento de água. As imagens mostram as experiências de diversos jovens estudantes que vivem ao longo dos seis maiores rios do mundo: Amazonas, Mississippi, Danúbio, Nilo, Ganges e Yangtze.
O documentário começa com a imagem do encontro das águas dos Rio Amazonas e Tapajós e apresenta a jovem estudante Rosi Keli da Silva Santos, moradora da comunidade ribeirinha de Piracauera de Cima, em Santarém (PA). A produção foi realizada pela Swarovski e a Escola de Teatro, Cinema e Televisão da UCLA (Universidade da Califórnia – Los Angeles).
Com informações do Acervo da Folha de São de Paulo, Jornal Gazeta de Santarém, The Disney Wiki, Blog do Padre Sidney Canto e Netflix