Floresta Nacional do Tapajós é sem dúvida uma dos grandes atrativos turísticos da região oeste do Pará. Tem sido roteiro frequente do nosso projeto Caminhos da Floresta e justamente por isso, despertado o interesse de muitos moradores em conhecer esse pedacinho de floresta tão perto de Santarém (PA).

A área é uma das unidades de conservação mais importantes da Amazônia, onde inúmeros cientistas desenvolvem pesquisas. Por isso, a importância de reunir algumas dicas básicas para a visitação. Afinal, é patrimônio de todos os brasileiros, por isso precisamos valorizar toda essa riqueza de fauna e flora!

Igarapé de água cristalina, uma das belezas naturais da unidade de conservação (Foto: Felipe Borges)

Unidade de Conservação

A Flona Tapajós é uma unidade de conservação federal criada através do Decreto n° 73.684, de 19 de fevereiro de 1974. Possui atualmente área de 527.319 hectares, abrangendo os municípios de Aveiro, Belterra, Placas e Rurópolis. O objetivo, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é “o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas (Lei. 9.985/2000)”. A gestão da UC segue as diretrizes do Plano de Manejo, através da participação das comunidades e atores sociais, através do Conselho Consultivo, criado em 2001.

Moradores

Moram atualmente na Flona Tapajós, segundo dados do ICMBio, 1.050 famílias e cerca de 4 mil moradores, distribuídas em localidades ao longo da rodovia BR-163 (lotes com assentados do Incra, proprietários e posseiros), em 23 comunidades e três aldeias indígenas da etnia Munduruku. As comunidades e Aldeias estão localizadas ao longo dos rios Tapajós e Cupari, são elas: São Domingos, Maguari, Jamaraquá, Acaratinga, Jaguarari, Pedreira, Bom Jesus, Piquiatuba, Marituba, Nazaré, Bragança, Novo Marai, Marai, Pini, Tauari, Chibé, Takuara, Prainha I, Prainha II, Itapaiúna, Paraíso, Jutuarana, Itapuama, São Francisco das Chagas, São Francisco do Godinho e Uruará.

Mateiro, morador da Comunidade Maguari, mostra como fazer artesanato com palha (Foto: Felipe Borges)

Sustentabilidade

O Manejo Florestal Comunitário, realizado em uma área especialmente reservada para esse fim, é uma importante referência de uso sustentável da floresta. Destacam-se também, diversas iniciativas de uso sustentável como: extração do látex, extração de óleos de andiroba e copaíba, produção do couro ecológico a partir do látex, biojóias, móveis artesanais, comercialização de frutas in natura (açaí), produção de polpas e licores, produção de farinha, produção de mel, criação de peixes e claro, o turismo de base comunitária.

Visitação

Para visitar a Flona Tapajós não é preciso pagar nenhuma taxa de entrada! E grupos pequenos, com até 10 pessoas, não precisam solicitar autorização de entrada. Basta se dirigir a uma das bases de controle de entrada de visitantes (Km 67, 72, 92, 117 e 211 e na Comunidade São Domingos).

Grupo de trilheiros do projeto Caminhos da Floresta na Samaúma Gigante da Comunidade de Maguari (Foto: Felipe Borges)

Para grupos grandes (acima de 10 pessoas), o ICMBio solicita a autorização de entrada, através do e-mail flonatapajos.pa@icmbio.gov.br. É preciso enviar os seguintes dados:

  • Nome completo
  • Documentos (CPF/Passaporte)
  • Placa do veículo
  • E o nome do responsável pelo grupo

Expedições científicas e aulas práticas deverão ser cadastradas e autorizadas, previamente, através do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade – SISBIO. Para efetuar seu cadastro, acesse: www.icmbio.gov.br/sisbio/.

Dica do FB: Ao visitar a Flona Tapajós, muita atenção! É uma floresta nativa, com a presença de animais peçonhentos e silvestres. Por isso, siga atentamente as recomendações de segurança dos guias e condutores. E lembre-se, é turismo de base comunitária, portanto, as regras são estabelecidas pelas comunidades locais!

Como chegar?

BR-163, principal caminho entre Santarém e a Flona Tapajós (Foto: Arthur Azulino)

A Floresta Nacional do Tapajós está localizada no município de Belterra (PA). A cidade de Santarém é o principal centro urbano de acesso a unidade de conservação. De avião, a porta de entrada é o Aeroporto Maestro Wilson Fonseca, com voos diários para Itaituba (PA), Altamira (PA), Manaus (AM), Belém (PA) e Brasília (DF).

É possível chegar a Santarém através dos rios, com embarcações saindo principalmente de cidades como Manaus (30 horas de viagem), Macapá (36 horas de viagem), Itaituba (8 horas), Altamira (26 horas de viagem) e Belém (60 horas de viagem).

A partir de Santarém, a Flona Tapajós fica distante 50 km e você poderá acessar a unidade das seguintes formas:

    • Através da Rodovia BR-163 (veja o mapa abaixo) nas bases localizadas nos km 67, km 72, km 92 (comunidade de São Jorge), km 117 e 211 e base de São Domingos (a partir da estrada do Aramanai). É possível ir de transporte coletivo – ônibus (veja as opções clicando aqui) ou alugar um veículo.
    • Pelo rio Tapajós é possível a partir de Santarém e/ou Alter Chão. É necessário alugar uma embarcação!

E o que fazer?

Na Flona Tapajós a grande atração é a floresta. Essa imersão acontece através das trilhas, dos banhos no rio e igarapés, observando a fauna, passeando de barco ou canoa pelos igapós ou simplesmente conhecendo as histórias e costumes dos moradores. Ver como é feita a farinha, a produção de couro ecológico e os projetos de manejo te darão um a verdadeira aula de vida na Amazônia.

As trilhas na Flona Tapajós oferecem uma experiência única para os visitantes (Foto Arthur Azulino)

Dica do FB: Uma das melhores trilhas, sem dúvida, é a da Samaúma Gigante (a Vovózona), na Comunidade de Maguari! Leia mais aqui!

Há muito mais, claro! Portanto, venha viver essa experiência!

Mais informações:

www.icmbio.gov.br/flonatapajos

E-mail: flonatapajos.pa@icmbio.gov.br

Telefone: (93) 3522-0564

 

Com informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

 

 

Sobre o autor

Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Produtor Cultural e Produtor de Conteúdo Digital. Idealizador dos projetos Caminhos da Floresta, Amazônia Fashion Weekend e Piracaia Festival. Autor do blog de turismo e viagens www.diariodofb.com. Diretor dos documentários O que é Sairé? (2021) e Trap: O som da juventude (2021) - produzido, gravado e editado em um smartphone.

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