Você conhece bem a nossa Santarém? Esperamos que sim! Por isso, listamos cinco fatos e curiosidades sobre a nossa Pérola do Tapajós. Espero que gostem!
1 – Cidade mais “antiga do país”
O título pode parecer pretensioso, mas na edição comemorativa dos 10 anos da revista National Geographic no Brasil, uma das reportagens faz a revelação: Santarém, por conta dos sítios arqueológicos de Taperinha e Caverna da Pedra Pintada (localizado no município de Monte Alegre), com datas que chegam a pelo menos 6 mil anos a.C, é considerada pelos arqueólogos a cidade brasileira mais antiga.
A reportagem de capa, sobre as civilizações pré-coloniais na Amazônia, assinada pelo professor Eduardo Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, que também coordenou as expedições a sítios da região amazônica com indícios dessas civilizações. E não paramos por aí…
Pesquisas realizadas em mapas históricos desenhados por navegadores europeus revelam que Santarém é bem antiga mesmo. Segundo o padre e historiador Sidney Canto, em vários mapas antigos feitos nos anos de 1500, antes da chegada de Pedro Teixeira, aparece desenhada uma cidade, na foz do rio denominado de “Topayos”. Essa civilização teria dado início à atual cidade que anos depois viria a ser dominada pelos colonizadores portugueses. Caso os relatos através de mapas históricos sejam comprovados, a versão de que o português Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, no ano de 1500, poderá sofrer modificações. Antes dos portugueses, os espanhóis navegaram pelos rios da atual região Amazônica.
2 – Rio Tapajós
Por falar em rios, o Tapajós tem 840 km de extensão. Ele nasce com o nome de Juruena, ao norte de Mato Grosso. Só depois encontra o Teles Pires e avança com suas águas encachoeiradas pelo meio da Floresta Amazônica.
Afluente da margem direita do Amazonas, é um rio presente nas aulas de geografia na infância de todos nós. É contornado por praias de areias brancas e finas, águas transparentes que ganham tons esverdeados, dependendo da posição do sol. Em uma viagem à Santarém, você vai visitar pelo menos uma delas – a mais conhecida, Alter do Chão.
E o nome? Tapajós era a tribo dos índios que habitavam a nossa região.
3 – Encontro das águas
Um pincel divino parece ter desenhado a separação dos dois rios. No encontro das águas, o Tapajós e o Amazonas não se misturam e formam um espetáculo natural que impressiona.
O Rio Tapajós (Rio de Água Clara, tecnicamente) tem águas escuras, dependendo do dia, tem coloração azul ou esverdeada. Isto acontece por causa da grande quantidade de ácidos orgânicos resultantes da decomposição da vegetação em suas margens. Já o Rio Amazonas (Rio de Água Branca, tecnicamente), tem cor barrenta, por causa do grande número de sedimentos que carrega de sua nascente na Cordilheira dos Andes, no Peru. Portanto, essa diferença de composição, taxa de acidez, a temperatura de fluxo dos rios, velocidade e a densidade evita que os dois rios tenham suas águas misturadas, formando um contraste nítido e bonito de se ver.
Em setembro de 2014, o Governo do Pará reconheceu, através da Lei 8.062, o Encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós, em Santarém, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará.
4 – Igreja sobre um cemitério indígena
A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Conceição é o edifício mais antigo da cidade. Uma imponente igreja que hoje é atrativo turístico e um marco na arquitetura colonial na região amazônica. Seu interior abriga a imagem da padroeira, datada de 1759, doada pelo então governador do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, que visitou a região com o objetivo de definir os limites entre os territórios de Portugal e Espanha, seguindo o Tratado de Madri.
A igreja começou a ser construída em 1754. O projeto foi ordenado pelo Governo do Grão-Pará. O lugar escolhido não foi à toa pela missão católica portuguesa, ali era um cemitério dos Índios Tupaius. O responsável pelas obras foi Monsenhor José Gregório, que foi homenageado com seu nome batizando a praça. A construção foi concluída em 08 de dezembro de 1819, dia de Nossa Senhora da Conceição.
5 – Linguajar santareno
Não é propriamente sotaque, mas como diria Jana Figarela “Eu digo égua, falo pai d’égua/Não nego a ninguém/Que meu orgulho é Santarém/Eu digo égua, mas olha já/Mas quando que eu nego/Eu sou cabocla do Pará”. Temos um jeito próprio de falar em Santarém, como o ‘mas quando’ e o ‘olha já’, que são expressões que têm uma função discursiva.
Tem também o chiado na fala, semelhante aos cariocas. E isso tem haver com a colonização portuguesa.
Veja aí essas expressões catalogadas pelo G1 Santarém e Região:
- À Ufa!:Pessoa ociosa; que está sem fazer nada
- Até o Tucupi: Indivíduo que está de barriga cheia; saciado
- Arreda:Expressão para pedir que alguém se afaste
- Axii: Expressa descontentamento ou desprezo
- Bem Ali:Refere-se a um local próximo
- Égua!: Expressão de espanto
- Eras de ti: Maneira de repreender alguém
- Espia: Modo de chamar a atenção de alguém
- Gito:Refere-se a algo ou pessoa pequena
- Mana ou manazinha: Modo carinhoso de chamar a atenção de alguém
- Mas como então?:Dificuldade para entender algo
- Mas Credo ou Mas Quando:Expressa negação, dúvida ou descrença
- Mofinos: Diz-se do indivíduo triste
- Olha Já!: Marca um limite que o indivíduo não ultrapassa, quer dizer “Não Vou”
- Onde Já:Expressa incredulidade
- Pai d’égua: Expressa felicidade; diz-se quando se trata de uma coisa boa
- Paresque: Variação da palavra “parece”; quando o indivíduo não tem certeza do que está falando
- Putitanga!:Expressão para quando algo dá errado
- Tá bom, cheiroso!:Maneira irônica de falar; quando se desconfia de algo
- Toma-te!:Expressão que demonstra satisfação com o erro alheio
- Tu é Lesa é!:Significa “Tá maluca?”